E-crítica

Críticas e essays para assuntos diversos

Consulta ou Insulto?

por Igor.


Os escândalos do planalto, sucessão da câmara, dólares em cuecas alheias tem sido por meses o foco da mídia e debates nacionais. Não há que se qustionar a importância de tais reflexões e a extração efetiva de resultados na punição dos devidos culpados. Todavia, o frágil momento da República e o alarde em torno da onda de denuncismo que se espalha de norte a sul do país tem sido usado de forma oportuna por alguns setores obscurantistas do plano nacional, que vêem na crise uma possibilidade de salvação.
No ápice da crise, paralelamente à Marcos Valérios ou publicitários afins outra questão capital era votada sem atrair as atenções : o referendo pela proibição de armas de fogo.
Não que eu seja um pessimista nato como schopenhauer ou compartilhe totalmente da visão niilista de nietzsche, mas sejamos razoáveis ao analisar esta pauta. Muitos dizem que o proceso de abertura democrática do país e o período de transição de regimes ainda está em processo e que, o referendo mostra a maturidade adquirida pela recente democracia brasileira e que será mais um passo importante na afirmação do estado democrático de direito. Seria isso realmente? Então de forma espontânea e muito mais acelerada do que o esperado, o mesmo congresso que recebia o "mensalão" e teve seu presidente deposto pelas denúncias de mensalinho e coronelismo, num movimento autofágico se redimira e agora havia aberto o referendo para dar início ao fim da fracasada democracia representativa no Brasil para uma nova era de democracia direta ao exemplo ancestral da Grécia antiga? É facil deduzir a resposta. Obviamente não, o referendo atual é na verdade mas uma amostra da força das camadas dominantes e da total incredibilidade do estado nacional.
A simples escolha diante da dicotomia "sim" e "não" não é o cerne da questão, pois, é sabido que caso o "não" vença as coisas simplesmente se manteriam como estão e a frente pela proibição de armas usa estapafúrdias falácias ao credenciar a proibição das armas como o grande marco para expurgar a violência da sociedade brasileira e qualquer um com um pouco do senso critico sabe que não se trata de uma simples conjuntura mas de uma série de medidas estruturais para modificar o panorama atual. Na verdade, pouco se fala sobre os 500 milhões empregados por ambas as frentes em suas respectivas campanhas que são bancadas pelos cofres públicos, logo por você cidadão contribuinte da União. Agora parecem claros os objetivos da "festa da democracia", não?
Ao invés da visão romântica de que o referendo é a consulta pela vontade popular não passa de uma segunda chance para a poderosa bancada armamentista que viu seus interesses comerciais prejudicados. E se assim fosse mesmo uma vontade irredutível de dar de volta ao povo o poder das decisões, tenho eu minha sugestão:
Porque não fazemos referendos para votar o Orçamento do Planalto?

postado por Igor @ 6:58 PM,

1 Comentários:

At 5:08 PM, Anonymous Anonymous said...

Eu acho que essa história de querer perguntar a população sobre a venda de armas de fogo deve ter algo bem obnubiloso por trás...
Isso poderá ser matéria para a minha próxima crítica :)

 

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