E-crítica

Críticas e essays para assuntos diversos

"Rompimento é necessario" ?

por Igor.

O Partido dos Trabalhadores foi fundado sob a premissa de preencher algumas lacunas na sociedade brasileira: a lacuna da ética, da liberdade e da democratização.

Enquanto o pais passava pelo periodo obscurantista da ditadura, o partido cumpriu bem seu papel levantando sempre a bandeira de um pais melhor. A cortina militar cai, e vem então a segunda fase da historia do PT, o periodo em que o supostamente mais correto e coerente dos partidos brasileiros ganha, de uma vez por todas a afirmação de oposição ao modelo neoliberal e preconiza embates epicos no congresso federal e nas camaras municipais respectivamente pela moralização da politica nacional.

O grande lider que representa por toda sua biografia nao só o partido mas tambem toda a classe proletaria brasileira, por vezes acusa "as forças ocultas" da aristocracia brasileira e os supostos meios de massa com fins escusos de agirem de forma anti-democratica ao tentar, segundo ele, boicota-lo.Em 2001, no fim das previas partidarias e quando é definido o plano final de proposta de governo do PT para o ano seguinte, é lançado oficilamente o documento "O rompimento é necessario", no qual o partido defende a quebra com o modelo vigente e a necessidade do fim do clientelismo no pais, em total coerencia supostamente com o que era o partido, afinal até que seja provado o contrario o PT seria integro, pois o onus da prova cabe à aquele que acusa e até o presente momento nada poderia ser dito contra o "partido da mudança"[???].

A gloria maxima da breve historia do partido marxista chega em 2002, com a eleicao do campo majoritario petista e, finalmente, a eleição do lider proletario à presidência.

Então agora seria o tempo da revolucao? ou as supostas "forças ocultas" haveriam mudado seus conceitos? com a sequencia dos fatos, pode-se ver que nenhuma das duas opçoes. Ao contrario, para o estarrecimento das correntes intelectuais esquerdistas e para a militancia do partido o campo majoritario sob a égide do lider carismatico das multidoes, ou vice versa, se tornaram aquilo que sempre criticaram: agentes do sistema. A revolução esperada por 20 anos foi adiada, ou esquecida. O sonho de outrora se tornara pesadelo para os de boa fé que compõe, tambem, muito embora em minoria o PT.Tal mudança não é de hoje, paulatinamente o poderoso e questionavel campo majoritario do partido vem perseguindo e diminuindo, atraves de atos outorgados internos, a força das outras correntes diversas que formam o partido ao contrario do que sempre apregoou a doutrina do mesmo que primava pela liberdade do debate interno e da correlação de forças.

E respondendo a 2ª pergunta, haveriam as elites mudado sua posição? não, a eleição do lider carismatico clientelista só foi possivel porque ele mesmo e seu nucleo duro de sustentação mudaram. Mudaram ao sabor do sistema financeiro e do sistema bancario, visto que no periodo petista hangariaram lucros na ordem que jamais haviam alcancado mesmo nos chamados tempos "neo-liberais" do tucanado. Nem mesmo o candidato que sustentava o slogan de continuidade sem continuismo poderia ser tao efetivo no cumprimento das metas do grande capital. Parabens ao governo do lider carismatico, que , sem esquecer de onde veio soube muito bem fechar acordos aqui e ali, bem à moda sindicalista.

postado por Igor @ 12:21 PM,

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